Título original: Mere Christianity Copyright © C. S. Lewis Pte Ltd. 1942,
1943, 1944, 1952
Edição original por HarperCollins Publishers. Todos os direitos reservados.
Copyright de tradução © Vida Melhor Editora S.A., 2017.
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Publisher Omar de Souza
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Editor André Lodos Tangerino
Assistente editorial Bruna Gomes
Copidesque Jean Carlos Alves Xavier
Revisão Davi Freitas e Gisele Múfalo
Projeto gráfico e diagramação Sonia Peticov
Capa Rafael Brum
Conversão para e-book Abreu’s System
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
L652c
Lewis, C. S.
Cristianismo puro e simples / C. S. Lewis; traduzido por Gabriele
Greggersen. 1a ed. — Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2017.
Tradução de: Mere Christianity
ISBN 9788578601577
1. Cristianismo 2. Vida cristã I. Greggersen, Gabriele II. Título.
17-43826 CDD: 248.4
CDU: 248.4
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SUMÁRIO
Prefácio
Introdução
LIVRO I | O CERTO E O ERRADO COMO INDÍCIOS PARA A
COMPREENSÃO DO SENTIDO DO
UNIVERSO
Capítulo 1 – A Lei da Natureza Humana
Capítulo 2 – Algumas objeções
Capítulo 3 – A realidade da Lei
Capítulo 4 – O que está por trás da Lei
Capítulo 5 – Temos motivos para nos sentir incomodados
LIVRO II | NO QUE ACREDITAM OS CRISTÃOS
Capítulo 1 – As concepções concorrentes de Deus
Capítulo 2 – A invasão
Capítulo 3 – A alternativa chocante
Capítulo 4 – O penitente perfeito
Capítulo 5 – A conclusão prática
LIVRO III | CONDUTA CRISTÃ
Capítulo 1 – As três partes da moral
Capítulo 2 – As “virtudes cardeais”
Capítulo 3 – Moralidade social
Capítulo 4 – Moralidade e psicanálise
Capítulo 5 – Moralidade sexual
Capítulo 6 – Casamento cristão
Capítulo 7 – Perdão
Capítulo 8 – O grande pecado
Capítulo 9 – Caridade
Capítulo 10 – Esperança
Capítulo 11 – Fé
Capítulo 12 – Fé
LIVRO IV | ALÉM DA PERSONALIDADE OU OS PRIMEIROS
PASSOS NA DOUTRINA DA
TRINDADE
Capítulo 1 – Criar e gerar
Capítulo 2 – O Deus triúno
Capítulo 3 – Tempo e para além do tempo
Capítulo 4 – O bom contágio
Capítulo 5 – Os obstinados soldadinhos de chumbo
Capítulo 6 – Duas notas
Capítulo 7 – Vamos fazer de conta
Capítulo 8 – Cristianismo: fácil ou difícil?
Capítulo 9 – Avaliando o custo
Capítulo 10 – Pessoas bondosas ou novas criaturas
Capítulo 11 – As novas criaturas
Cristianismo
puro e simples
Clive Staples Lewis
(1898-1963) foi um dos
gigantes intelectuais do
século XX e
provavelmente o escritor
mais influente de seu
tempo. Era professor e
tutor de Literatura Inglesa
na Universidade de
Oxford até 1954, quando
foi unanimemente eleito
para a cadeira de Inglês
Medieval e Renascentista
na Universidade de
Cambridge, posição que
manteve até a
aposentadoria. Lewis
escreveu mais de 30
livros que lhe permitiram
alcançar um vasto
público, e suas obras
continuam a atrair
milhares de novos leitores
a cada ano.
P R E F Á C I O
O conteúdo deste livro foi inicialmente transmitido pelas ondas do rádio e,
depois, publicado em três partes separadas: Broadcasts Talks [Palestras de
rádio]
(1942), Christian Behaviour [Conduta cristã] (1943) e Beyond Personality
[Além da personalidade] (1944). Nas versões impressas, fiz alguns
acréscimos ao que eu disse ao microfone, mas, de maneira geral, não alterei
o texto. A meu ver, uma “preleção” de rádio deve se parecer ao máximo
com uma conversa, isto é, não deve soar como um ensaio acadêmico sendo
lido em voz alta. Assim, em minhas palestras, procurei empregar todas as
contrações e os coloquialismos que costumo utilizar no meu falar habitual.
Tentei reproduzir esse feito na versão impressa. E toda vez que enfatizava a
importância de uma palavra pela entonação de voz na versão impressa, eu a
escrevia em itálico. Entretanto, agora estou inclinado a acreditar que isso foi
um erro — um híbrido indesejado entre a arte de falar e a arte de escrever.
Um orador deve usar variações de entonação para dar ênfase, porque o seu
meio de comunicação se presta naturalmente a esse método; contudo, um
escritor não deve se valer de itálicos com o mesmo propósito, uma vez que
dispõe de outros meios diferenciados de expressar as palavras-chave e,
portanto, deve utilizá-los. Nesta edição, eliminei as contrações e substituí a
maioria dos itálicos, reformulando as sentenças em que elas apareciam, mas
isso sem — pelo menos assim espero — ter alterado o tom
“popular” ou “familiar” que eu pretendia assumir o tempo todo. Também
acrescentei alguns trechos e excluí outros quando percebia que minha
compreensão dos assuntos havia sido aprimorada quando comparada ao
meu entendimento de dez anos atrás e, também, quando me deparava com
trechos que, a meu ver, pudessem ter sido mal interpretados na versão
original.
Aqui cabe um aviso ao leitor: não oferecerei qualquer tipo de ajuda a
ninguém que esteja em dúvida entre duas “denominações” cristãs; em
outras palavras, não espere de mim qualquer orientação no sentido de você
se tornar um anglicano, católico romano, metodista ou presbiteriano. Essa
omissão é intencional (até mesmo a lista que acabei de apresentar está em
ordem alfabética), e também não faço mistério sobre a minha posição
pessoal. Sou um leigo dos mais convencionais da Igreja Anglicana, sem
preferência especial pela “Alta” ou pela
“Baixa” Igreja, tampouco por qualquer outra coisa. Até porque, neste livro,
minha intenção não é converter ninguém à minha posição particular, pois,
desde que me tornei cristão, penso que talvez o melhor favor que possa
fazer aos incrédulos que me cercam é explicar e defender a crença que tem
sido comum a
quase todos os cristãos de todos os tempos. Eu tinha inúmeros motivos para
pensar assim. Em primeiro lugar, as questões que dividem os cristãos entre
si muitas vezes envolvem pontos de alta teologia ou mesmo de história
eclesiástica, que devem ser tratados exclusivamente pelos especialistas. Tais
matérias estão fora do meu alcance: nessas águas profundas não tenho
condições de ajudar ninguém; antes, preciso ser ajudado. Em segundo lugar,
penso que se deve admitir que a discussão acerca desses pontos
controversos não tem qualquer chance de trazer uma pessoa de fora para o
seio do cristianismo. Se insistirmos em escrever e falar sobre isso, a
probabilidade de desencorajarmos essa pessoa a ingressar em uma
comunidade cristã é muito maior do que a de a atrairmos para a nossa
denominação. Nossas divergências não devem jamais ser discutidas senão
com aqueles que já acreditam que há um só Deus e que Jesus Cristo é o seu
único Filho. Por fim, tenho a impressão de que há uma quantidade maior de
autores — e também mais talentosos — engajados nessas questões
controversas do que em defesa daquilo que Baxter chama de cristianismo
“puro e simples”. A parte que me coube no debate e para a qual eu me senti
capaz de contribuir é também a mais modesta, e é para ela que enveredei
naturalmente.
Pelo que sei, esses foram os meus únicos motivos, e agradeceria se as
pessoas não fizessem inferências fantasiosas a respeito do meu silêncio
sobre certas polêmicas.
Por exemplo, tal silêncio não significa necessariamente que eu esteja em
cima do muro. Por vezes estou mesmo. Há questões em discussão entre os
cristãos cuja resposta ainda não nos foi revelada. E há outras para as quais
eu nunca terei uma resposta: se eu as fizesse, mesmo em um mundo melhor,
poderia receber uma resposta (até onde sei) como aquela recebida por um
inquiridor bem superior a mim: “o que lhe importa? Quanto a você, siga-
me!”. Mas há outras questões sobre as quais tenho opinião formada, e
mesmo assim me mantenho em silêncio, pois não estou escrevendo para
expor algo que eu poderia chamar de
“minha religião”, mas sim para expor o cristianismo “puro e simples”, que é
o que é, e o que já era muito tempo antes de eu ter nascido,
independentemente de eu gostar disso ou não.
Certas pessoas tiram conclusões precipitadas do fato de eu nunca dizer mais
sobre a virgem Maria do que aquilo que está relacionado ao nascimento
virginal de Cristo, mas certamente meu motivo para não fazê-lo é óbvio,
não é? Dizer mais do que isso me levaria imediatamente para âmbitos
altamente controversos, e não há controvérsia entre os cristãos que deve ser
tratada com maior delicadeza do que essa. As crenças católico-romanas
nessa matéria não são defendidas com o fervor comum que se associa a
todas as crenças religiosas sinceras, mas (muito naturalmente) com a
sensibilidade peculiar e, por assim dizer, cavalheiresca que
uma pessoa sente quando a honra de sua mãe ou sua amada está em
questão. É
muito difícil divergir do católico nesse ponto sem lhe parecer malcriado ou
até um herege. Por outro lado, as crenças protestantes opostas sobre esse
assunto evocam sentimentos que vão até as raízes de todo tipo de
monoteísmo. Para os protestantes radicais, parece que a distinção entre o
Criador e a criatura (por mais santa que seja) está sendo ameaçada pelo
renascimento do politeísmo.
Portanto, é difícil discordar deles sem parecer, aos seus olhos, pior do que
um herege — um pagão. Se há um tema que poderia arruinar um livro sobre
o cristianismo “puro e simples” — se há algum tema capaz de tornar
completamente improdutiva a leitura de pessoas que ainda não creem que o
filho da virgem é Deus —, certamente é esse.
Por mais estranho que pareça, você não poderá tirar conclusões do meu
silêncio no que diz respeito a temas polêmicos — nem mesmo que eu os
considere importantes, ou, ao contrário, sem importância — pois esse já é
por si mesmo um dos pontos polêmicos. Uma das coisas sobre as quais os
cristãos discordam é acerca da importância de sua discordância….