Contos de Amor, de Loucura e de Morte – Horácio Quiroga

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Contos de amor de
loucura e de morte
Horacio Quiroga
Edição Bilíngue

Contos de amor de
loucura e de morte
Horacio Quiroga
Tradução:
Renato Roschel e Adriana Zoudine.
Edição Bilíngue
Português-Espanhol

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação – CIP
Q84 Quiroga, Horacio (1878-1937)
Contos de amor de loucura e de morte / Horacio Quiroga. Tradução de
Renato Roschel e Adriana Zoudine. – São Paulo: Instituto Mojo, 2022.
(Coleção Literatura Livre).
E-Book: PDF, ePUB, MOBI
Disponível em: https://mojo.org.br
Título Original: Cuentos de Amor de Loucura y de Muerte.
Edição bilingue: Português – Espanhol.
ISBN 978-65-89008-21-7
1.Literatura Uruguaia. 2. Conto. 3. Literatura Fantástica. 4. Amor.
5. Loucura. 6. Morte. I. Título. II. Série. III. Uma estação de amor.
IV. Os olhos sombrios. V. O solitário. VI. A morte de Isolda. VII. O
inferno artificial. VIII. A galinha degolada. IX. Os barcos suicidas.
X. O travesseiro de penas. XI. O cão raivoso. XII. Á deriva. XIII. A
insolação. XIV. O arame farpado. XV. Os mensuais. XVI. Yaguaí.
XVII. Os pescadores de toras. XVIII. O mel silvestre. XIX. Nosso
primeiro cigarro. XX. A meningite e sua sombra. XXI. Roschel,
Renato, Tradutor. XXII. Zoudine, Adriana, Tradutora. XXIII. Instituto
Mojo de Comunicação Intercultural. XIV. Literatura Livre. XV.
Fortaleza, Horacio Silvestre Quiroga (1878-1937).
CDU 821.134.2(8) CDD 868.9939
Catalogação elaborada por Regina Simão Paulino – CRB 6/1154

Prefácio
E
m um conto bem feito”, comenta Horacio Quiroga
em seu texto Manual del Perfecto Cuentista, “as três
primeiras linhas possuem quase a mesma importân-
cia que as três últimas”. Essa frase se assimila e muito à ideia
concebida por um dos grandes mestres de Quiroga, o escritor
Edgar Allan Poe, em resenha sobre uma obra de Nathaniel
Hawthorne, escrita em 1842, na Graham’s Magazine: “Um
habilidoso artista literário construiu o [seu] conto. Se for
sábio, ele não moldou os seus pensamentos para acomodar
acasos; mas sim, tendo concebido, com cuidado deliberado,
produzirá um efeito único e singular. Então, ele forja tais
circunstâncias — ele combina tais eventos para que possam
ajudá-lo a estabelecer um efeito preconcebido. Se sua pri-
meira sentença não produzir esse efeito, ele falhou em seu
primeiro passo”.
No decorrer das páginas de Contos de amor de loucura
e de morte, o leitor irá perceber que, diferente do preconi-
zado por escritores argentinos famosos, como Jorge Luis
Borges e Bioy Casares, os quais diziam que Quiroga era mera

“superstição uruguaia”, ele sabia o que fazer em cada uma
de suas histórias. Muito diferente do apontado pelos dois,
o uruguaio não era uma cópia dos seus grandes mestres,
alguém que reproduzia, com menor qualidade, o que outros
já haviam feito. Poe, Maupassant, Kipling e Tchékhov eram
fontes de inspiração e, como todos sabem, fazer literatura é
reproduzir o conhecido de forma única.
Horacio Quiroga, da mesma maneira que foi influen-
ciado, influenciou muitos autores, como Julio Cortázar e seu
surrealismo, e tendências, tanto naturalista quanto preo-
cupado com o esteticismo e o sobrenatural, o escritor foi
precursor de muitos movimentos, como o realismo mágico
e o existencialismo. Além de introduzir um estilo literário
repaginado, foi um mestre no que diz respeito aos contos
contemporâneos, gênero que precisa levar o leitor, de uma
única vez, ao phatos.
Essa coletânea fala tão intrinsecamente com o escritor
e a sua triste vida quanto com o próprio leitor, pois é um
título que mostra como a vida humana pode ser trágica e
como a tragédia é essencialmente humana. Quiroga, desde
jovem, teve que lidar com a morte: de seu pai suicida; de seu
padrasto suicida; de seu melhor amigo que morreu aciden-
talmente quando o escritor manejava uma arma; e também
com o amor e a morte, através de sua primeira esposa, que

também se suicidou. Assim, desde o princípio, o horror está
presente na vida do escritor e, por causa disso, não é estranho
que Edgar Allan Poe e Maupassant o tenham influenciado
tanto. Mesmo a temática das mulheres, forte na literatura
de Poe, é possível ser vista tanto na vida do autor uruguaio
como em sua literatura.
Da mesma forma que o escritor norte-americano, há
em Quiroga racionalidade e cientificismo, os quais podem
ser considerados pilares dentro da estrutura psicanalítica
de seus textos. No caso de Contos de amor e loucura e morte,
tem-se a psicanálise freudiana em destaque já no título.
Freud, apropriando-se da mitologia grega, utiliza as figuras
de Éros (Amor) e Thanatos (Morte) para explicar as teorias
das pulsões. De acordo com o psicanalista, todos os indivíduos
possuem simultaneamente o desejo pelo prazer, que é a pulsão
de vida, e a atração pela morte, ou seja, a pulsão de morte.
Assim, nesse entremeio, o que nos resta senão a loucura?
Compilados em 1917, os contos presentes nesta cole-
tânea são intensos e, muitas das vezes, por mais óbvios que
possam parecer à primeira vista, também são absurdos ou
absurdamente trágicos. Diferente do estilo prolixo de Poe,
Quiroga é cirúrgico no que diz respeito ao tamanho de seus
contos e do que eles transmitem. Ele apresenta o necessário,
traz misticismo e realidade, horror e violência, sentimentos

amorosos e voluptuosa ganância humana: é essencialmente
humano, como diria Nietzsche; e, mais ainda, terrivelmente
humano.

Contos de amor de
loucura e de morte
Uma estação de amor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .13
Os olhos sombrios. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .47
O solitário. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .61
A morte de Isolda. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .71
O inferno artificial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .83
A galinha degolada. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .97
Os barcos suicidas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .111
O travesseiro de penas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .119
O cachorro louco. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .125
À deriva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .141
A insolação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .147
O arame farpado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .159
Os mensuais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .177
Yaguaí. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .197
Os pescadores de toras. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .215
O mel silvestre. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .227
Nosso primeiro cigarro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ….

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