Frankenstein

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FRANKENSTEIN
OU O MODERNO PROMETEU
 
Mary Shelley
 
TEXTO INTEGRAL
TRADUÇÃO DE PIETRO NASSETTI
 

 
CRÉDITOS
 
Título original: Frankenstein or The Modern Prometheus
IDEALIZAÇÃO E COORDENAÇÃO
Martin Claret
MIOLO
Revisão
Antônio Carlos Marques
Saulo Krieger
Tradução Pietro Nassetti
Projeto Gráfico
José Duarte T. de Castro
Direção de Arte
José Duarte T. de Castro
Digitação
Conceição A. Gatti Leonardo
 

 
 
ÍNDICE
 
 
INTRODUÇÃO DA AUTORA
PREFÁCIO
CARTA I
CARTA II
CARTA III
CARTA IV
CAPÍTULO I
CAPITULO II
CAPÍTULO III
CAPÍTULO IV
CAPÍTULO V
CAPITULO VI
CAPÍTULO VII
CAPITULO VIII
CAPÍTULO IX
CAPÍTULO X
CAPÍTULO XI
CAPÍTULO XII
CAPÍTULO XIII
CAPÍTULO XIV
CAPÍTULO XV
CAPÍTULO XVI
CAPÍTULO XVII
CAPÍTULO XVIII
CAPÍTULO XIX
CAPÍTULO XX
CAPÍTULO XXI

CAPÍTULO XXII
CAPÍTULO XXIII
CAPÍTULO XXIV
CARTA V
 

 
 
 

 
 
 
 
 
“Acaso, ó Criador, pedi
que do barro
Me moldasses homem?
Porventura pedi
Que das trevas me
erguesses?”
 
John Milton,
Paraíso Perdido, X, 743-5

 
 
A
William Godwin, autor de
Political Justice, Caleb Williams etc,
esta obra é respeitosamente
dedicada pela
Autora.
 
 

 
 
INTRODUÇÃO DA AUTORA
 
Os editores de romances, ao decidirem publicar
Frankenstein para uma de suas séries, ficaram curiosos para que
eu lhes contasse sobre a origem da história. Aceitei com muito
boa vontade, pois isso me dá a oportunidade de responder de um
modo geral à pergunta que freqüentemente me fazem — como é
que eu, então uma jovem, pude pensar e discorrer sobre um
assunto tão horrível. É verdade que tenho total aversão a
apresentar-me em letra de imprensa, mas, como minha
explicação servirá apenas como apêndice para uma produção
anterior e ficará restrita a assuntos ligados exclusivamente à
minha qualidade de autora, dificilmente poderei acusar-me de
uma intrusão pessoal.
Por ser filha de duas personalidades de notável
celebridade literária, não é surpresa alguma que eu pretendesse
escrever ainda no início de minha vida. Quando criança, eu
rabiscava, e meu passatempo preferido durante as horas de
recreio era escrever histórias. Eu tinha, porém, um prazer ainda
maior que este, ou seja, construção de castelos no ar —
permitindo-me sonhar acordada — a que se seguia uma torrente
de pensamentos que tinha por objetivo a formação de uma
sucessão de incidentes imaginários. Meus sonhos eram ao
mesmo tempo mais fantásticos e agradáveis do que meus
escritos. Nesses últimos, eu tinha muito de imitadora — fazendo

mais o que os outros já tinham feito do que realizando as
sugestões de minha própria mente. O que escrevia se destinava
pelo menos a mais alguém — o companheiro e amigo de minha
infância; meus sonhos, porém, eram só para mim; a ninguém os
revelava, eram meu refugio quando eu estava aborrecida —
meus mais caros prazeres quando me achava livre.
Quando menina, vivi principalmente no campo e passei
um tempo considerável na Escócia. Ocasionalmente, visitava as
regiões mais pitorescas, conquanto minha residência habitual
fossem as límpidas e tristes praias do litoral do Norte do Tay,
perto de Dundee. Olhando para o passado eu as chamo límpidas
e tristes; naquela época, não me pareciam assim. Elas eram a
morada da liberdade e a região agradável onde
descuidadamente eu podia me comunicar com as criaturas da
minha fantasia. Naquela época eu escrevia, embora no mais
vulgar dos estilos. Foi debaixo das árvores dos campos
pertencentes à nossa casa, ou nas encostas nuas e desoladas
das montanhas próximas, que nasceram e floresceram as
minhas verdadeiras composições e os fantásticos vôos da minha
imaginação. Eu não me fazia heroína de meus contos. No que
me dizia respeito, a vida me parecia um lugar-comum. Eu jamais
poderia imaginar-me envolvida em aflições românticas ou
acontecimentos maravilhosos; contudo, eu não ficava presa à
minha própria identidade, e eu podia povoar aquelas horas com
criações para mim muito mais importantes, naquela idade, do
que minhas próprias sensações.
Depois disso, minha vida tornou-se mais ocupada, e a
realidade substituiu a ficção. No entanto, desde o início, meu

marido mostrou-se muito ansioso que eu provasse ser digna de
meus pais e me incluísse nas páginas da fama. Ele estava
sempre incitando-me a conseguir reputação literária, o que então
também me preocupava, embora depois eu tenha me tornado
bastante indiferente a isso. Naquela ocasião, ele desejava que eu
escrevesse, não com a idéia de que eu fosse capaz de produzir
algo de importância, mas para que ele pudesse julgar o que eu
seria capaz de realizar no futuro. No entanto, eu nada fiz. As
viagens e os cuidados com a família…

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